Hoje tive mais um encontro com uma amiga. Novamente a questão: mudança. Neste caso a decisão já está tomada, ela decidiu sair da consultoria em que trabalha há 8 anos para tentar a carreira solo. Sendo que neste vôo ela pretende dividir melhor o seu tempo com uma nova responsabilidade: os gêmeos que vieram de surpresa para movimenta-la ‘levemente’ e tirá-la da zona de conforto.

Novo momento, novos papéis, novos desejos e descobertas. Fiquei feliz de vê-la decidida a começar numa outra situação, out of the scene, como ela mesma denominou. Aliás fiquei feliz em vê-la mais doce e menos ‘armada’, mais disposta a conhecer outros territórios dela mesma.

Já pararam para pensar como esse ‘estar fora de cena’ esta se tornando uma ‘dimensão’ tão grande que está deixando de ser paralela? Talvez tenha começado com pessoas em vias de aposentadoria ou profissionais demitidos, além é claro daqueles que sempre quiseram ser anti- establishment. Mas agora eu tenho conhecido pessoas que com uma carreira em destaque, por opção (isso mesmo, opção) estão ficando fora do palco.


Pergunto-me por quê? Creio que tem a ver com o palco para onde os holofotes ainda estão focados. Creio que os valores que regem esse ambiente já não estão fazendo mais sentido. Porém, voltando do almoço parei para pensar que se o volume de pessoas que migrarem para fora do palco for crescendo, devemos pensar na possibilidade que um novo palco irá se montar – se não se montou ainda – e que as regras antigas, aquelas que nos fizeram sair, poderão se re-estabelecer.


Por isso, creio eu, é importante querer mudar de dentro para fora. Claro que o ambiente incentiva ou inibe nossos lados luz ou sombra. Mas, estar bem claro dentro de nós o que não queremos mais e sobretudo quais mecanismos nos mantinham presos ao velho palco, considero fundamental para ficarmos lúcidos em relação ao palco que estamos criando.