Esta semana nós nos perdemos no mar das obrigações e rotinas e acabamos não atualizando o blog. Resolvi fazer dessa distração um tema, pois por trás disso existe um grande aprendizado: o de estarmos presentes (ou não) em nossas intenções. Porque não há nada mais fácil neste mundo do que se perder e se deixar levar. Quando nos damos conta o dia já passou, a semana acabou, o mês voou e amanhã já é ano novo. 

Neste ciclo inconsciente começamos a reclamar: do calor, do frio, da falta de tempo, da falta de água, do cansaço, do outro que está ao nosso lado. Pequenos pontos de frustrações que vão se somando a muitos outros. Aí começa aquela coisa de que a energia está pesada, a vida está difícil, o Brasil não tem jeito, o mundo vai acabar. Já sabe o que vem a seguir, né? O medo ganha terreno fértil para crescer e teorias da conspirações malucas começam a fazer todo sentido. Mas como romper este ciclo tão pouco saudável? 

Antes de responder paro um minuto de escrever, olho para um cardápio de sobremesas que está na minha frente, respiro. Estou num restaurante cheio, numa sexta-feira de muito calor em São Paulo. O lugar é super gostoso, mas creio que as pessoas não percebam nem metade dos detalhes que há no ambiente. A velocidade aqui dentro é a mesma que agita a cidade inteira. Alguns são apenas amigos se encontrando, outros aproveitam o almoço para fechar mais um negócio. O mesmo deveria estar acontecendo comigo: almoçaria com um amigo para falarmos de um possível trabalho. Ele teve um imprevisto e acabou não chegando ao restaurante. Eu decidi aproveitar para escrever ao menos um texto para o blog. Deu, finalmente, uma brecha! Está aí a resposta: a vida não pode ser uma brecha e, não sei quanto a vocês, mas eu não quero viver de pequenos despertares. Consciência, serenidade, confiança e muita paciência para recomeçar quantas vezes for preciso. Um dia, tenho certeza, quebraremos o ciclo. 

Volta a atenção para o cardápio, passo o olho pelas opções de sobremesa, me vem logo o desejo de pedir o brigadeiro com farofa de biscoito. Mas pensando bem….eu gosto muito mais de torta de maçã do que de brigadeiro! Especialmente se a massa é de castanha de caju! Peço a torta e penso: por que a gente sempre deseja primeiro o brigadeiro? Lembro da necessidade de estar presente e consciente. Respiro novamente. É simplesmente isso.

Um ótimo final de semana presente e consciente para todos nós.