Como domingo celebramos o dias das mães estava pronta para escrever sobre elas, pois tem tudo a ver com o tema da nossa semana. Mães, na minha opinião (e me incluo), não gostam de ambiguidades e estão sempre em uma busca insana por fazer o certo. Para elas só existe dois caminhos: acertar ou errar. 

Não tinha exatamente uma história para contar e, por isso mesmo, seria mais genérica no texto/tema. Mas o universo conspirou e me trouxe um exemplo que acabei de viver com meu filho. 

Usando como desculpa o Dia das Mães, comprei passagens com milhas para nós dois irmos até Curitiba visitar a minha mãe. Sabia que hoje, dia da viagem, seria um dia com horários bem apertados, pois mal ele chegaria da escola e nós já teríamos que estar no aeroporto. Como mãe zelosa que sou, já tinha tudo programado para não deixar meu filho sem almoço e sem o banho que, como todo adolescente, ele ia queria tomar antes de sair. Fiz o check-in em casa ontem à noite, pois assim ganharíamos uma folga de meia hora no horário programado para chegar ao aeroporto. Porém em meio a uma série de trabalhos que tinha que fazer ontem e com um problema na minha impressora, apanhei bastante, não para fazer o check-in que foi feito com sucesso, mas para imprimir o cartão de embarque. No fim das contas, só hoje, já dentro do taxi, percebi que imprimi duas vezes o meu cartão e não imprimi o dele. Tentei resolver pelo celular, mas lá dizia que o check-in já havia encerrado. Não quis acreditar nesta informação e entrei no “modo mãe à beira de ter cometido um erro”. Saí loucamente do carro, fui voando de uma lado para o outro determinada a embarcar de qualquer jeito. Para piorar, andava pelo saguão berrando com meu filho, dizendo que é por isso que temos que chegar com folga no aeroporto. Estava com raiva de mim, mas atacando ele que era a única pessoa ao meu lado naquele momento. Coisas de ser humano, afinal, mas para uma mãe só ia deixando a situação ainda mais dramática. Ele calmo, como sempre, tentava ajudar dizendo incansavelmente o número do localizador para todos os atendentes que pediam, enquanto eu errava tudo e tremia.

Para encurtar a história: não embarcamos e vamos viajar amanhã às 6:45 da manhã. Com tudo isso ainda fervilhando dentro de mim, entrei no taxi de volta para casa, enumerando todas as coisas erradas que fiz: não imprimi o check-in do menino, ele perdeu o aniversário do amigo que seria hoje à tarde aqui em São Paulo, perdeu a festa de uma amiga em Curitiba hoje à noite, vai ter que acordar às 5 da manhã em pleno sábado para ir ao aeroporto. Pedi desculpas a ele, que fez o que eu teria feito: me deu uma bronca por ter sido desligada em não checar os cartões de embarque, mas não parecia que o mundo havia caído para ele, como parecia para mim. 

Foi aí que lembrei do tema da semana. Sim, eu fui desligada, como não costumo ser, e simplesmente não vi se estava tudo certo no papel que imprimi. Isso teve uma consequência, mas daí a ser uma mãe horrível e ter cometido um erro revoltante, só dentro de mim mesmo. Isso tudo porque, na minha cabeça binária de mãe, eu havia feito tudo errado quando eu poderia ter feito tudo certo. Vim me perguntando sobre certo e errado e, no fim das contas, ainda vamos viajar, conforme o planejado, e com uma notícia boa que ainda nem havia me tocado: a mudança de horário, saiu 2 mil milhas mais barato. Isso significa mais pontos para uma futura viagem qualquer dia desses. 

Ainda chateada, mas já bem mais conformada, cheguei em casa e apaguei. Dormi por horas, coisa que jamais faço à tarde, porque, afinal, não é um bom exemplo para se dar a um filho de 17 anos (isso é a minha crença falando!). Mas foi totalmente incontrolável. Não tive opção. Quando acordei, meu primeiro pensamento foi: “é sobre isso que vamos falar hoje no blog, não é? Entendi”.

Para as mães, compartilho, um vídeo que meu filho me mandou ontem por “whatsapp”. Feliz dia das mães. Se possível, se dê de presente um pouco de amorosidade e permita-se ser mais flexível quanto aos conceitos de certo e errado quando se trata de dar exemplos aos seus filhos. Eles entendem o que é caráter e conseguem diferenciar errinhos bobos do dia a dia, de problemas sérios de valores e princípios. E isso, desde muito pequenos. Posso garantir.