Na última segunda-feira eu fiz uma Oficina de Constelação Corporativa – que nada mais é do que a Constelação Familiar* aplicada ao lado profissional. Confesso que nunca tive uma experiência com esta parte da psicanálise, mas tenho diversos amigos que sempre me falaram muito bem sobre os resultados que ela oferece. Fui mesmo por curiosidade  e acreditando que era uma boa oportunidade para o momento de mudanças profissionais que estou atravessando. O público era bem variado: donos de pequenos negócios, funcionários de grandes empresas, pessoas que haviam sido demitidas, profissionais liberais. 

Quando começamos o trabalho, a facilitadora propôs escolhermos um tema, e um dos participantes sugeriu falarmos sobre autoconfiança. Foi só ela mencionar isso e as pessoas começaram a falar sobre o tema e suas experiências e dificuldades a respeito. Todos, de alguma forma, sentiam que estavam passando por mudanças – internas e externas – que os faziam sentir-se incomodados e pouco confiantes com o futuro. Eu disse isso mesmo: TODOS. Não havia ninguém ali que estava totalmente satisfeito com o que estava fazendo.


O que apareceu com ênfase durante todo o trabalho pode ser resumido da seguinte forma: a auto confiança está ligada a ação, experiência, coragem, conhecimento e desafio. O interessante é que todos concordavam que coragem e ação eram os assuntos mais difíceis de lidar e expressar. Mudar, todos queriam. Estar confiantes para isso, não estavam.

Me lembrei do nosso tema da semana e pedi para falar. Queria contar a experiência que vivi 13 anos atrás quando vim trabalhar em São Paulo. Mudei de emprego, de vida, de cidade. Trouxe meu filho e minha família não estaria mais por perto para ajudar. Por mais difícil que tenha sido, eu confesso que não me lembro das dificuldades. O que me marcou neste momento de transição foi o novo. Conhecer a cidade, fazer amigos, vencer pequenos desafios como encontrar um apartamento legal e aprender a dirigir na cidade. 

Que sensação maravilhosa. Me lembro como se fosse ontem. E é essa sensação que me ajudou, agora, a fazer um novo movimento de novo. Não mudei de cidade, mas mudei de vida. Tive medo? Sim. Tive e tenho. Mas é maravilhosa a sensação de encontrar o novo e me surpreender com tantas novidades. A renovação é uma bênção e só é preciso um primeiro passo para que ela aconteça. Faça isso e, tenho certeza, você vai adorar.

*A “constelação familiar” consiste em um método no qual um cliente apresenta um tema de trabalho e, em seguida, o terapeuta solicita informações factuais sobre a vida de membros de sua família, como mortes precoces, suicídios, assassinatos, doenças graves, casamentos anteriores, número de filhos ou irmãos.

Com base nessas informações, solicita-se ao cliente que escolha entre outros membros do grupo, de preferência estranhos a sua história, alguns para representar membros do grupo familiar ou ele mesmo. Esses representantes são dispostos no espaço de trabalho de forma a representar como o cliente sente que se apresentam as relações entre tais membros. Em seguida, guiado pelas reações desses representantes, pelo conhecimento das “ordens do amor” e pela sua conexão com o sistema familiar do cliente, o terapeuta conduz, quando possível, os representantes até uma imagem de solução onde todos os representantes tenham um lugar e se sintam bem dentro do sistema familiar.