Ontem eu assisti a dois programas e, por coincidência (ou não), vi cenas de como homens e mulheres lidam com a pressão de formas tão diferente. 

No primeiro programa, chamado, Tudo por Um Lar, que estreou ontem na Discovery Home&Health, duplas de decoradores amadores têm o desafio de decorar uma casa enorme. A cada novo episódio, uma peça da casa tem que ser arrumada. Ontem o desafio era fazer a suíte principal usando o tema glamour e eles tinha 15 horas para fazer isso (incluindo pensar no projeto e fazer todas as compras necessárias). Uma das duplas, formada por um homem e uma mulher, começaram o trabalho de forma harmônica enquanto pensaram o projeto e foram as compras. Mas na hora de colocar a mão na massa ficou bem claro que ia pegar fogo. Enquanto a moça fazia tudo muito rápido e estava bem focada, o rapaz era mais lento e disperso. Lá pelas tantas as menina simplesmente perdeu a paciência e começou a gritar loucamente com o menino que apenas ria e dizia: “se perder tempo em discutir com você agora, não terminamos o quarto”. E quanto mais ele ria e se mostrava indiferente, mais ela se alterava a ponto de perder completamente a razão. Para quem assistia ao programa, parecia mesmo uma pessoa desequilibrada. O interessante é que o projeto deles foi um dos que os jurados mais gostaram e, realmente, até para quem não entende nada sobre o assunto como eu, deu para ver que o quarto ficou um arraso. 

No outro programa, também da Discovery H&H, chamado Irmãos à Obra, um casal está a procura de uma casa para comprar. Os irmãos (gêmeos) que dão nome ao programa, vão em busca de uma casa para eles. Um deles é corretor e o outro empreiteiro. A intenção é convencer o casal interessado que a casa dos sonhos só é possível se comprar um imóvel que precisa de reforma. O casal do programa de ontem eram judeus e uma das exigências é que a casa tivesse uma cozinha kosher (com duas bancadas para manipular laticínios em uma e carne em outra, pois para os judeus estas duas categorias de alimentos não podem ser misturadas). Eles eram muito simpáticos e super tranquilos. Um casal bem amável e diferente dos outros programas que já assisti, onde as pessoas eram bem mais enérgicas. Apesar do estilo doce, após negociada a casa e iniciada a reforma, descobre-se canos na sala da casa, justamente onde eles quebraram uma parede. É um grande problema, mas Jonathan, o irmão empreiteiro, acostumado com isso, não dá muita bola para o assunto. O marido também parece lidar bem com a situação, tentando achar um caminho alternativo. A mulher, no entanto, fica bem transtornada, estressada, querendo explicações loucas e pressionando muito – o que pode atrasar a obra já que é hora de resolver e não de discutir por que ninguém viu isso antes.

Achei engraçado porque em ambos os casos vi claramente as situações que estamos abordando esta semana: homens divertindo-se “irritantemente” durante o percurso e mulheres estressadas. O ineterssante é que, em  ambos os casos, as mulheres tinham razão nas suas colocações, mas a forma raivosa como reagiram é que atrapalhou tudo. 

Me vez pensar que este lado mais sério e firme da mulher não é de todo mal. Pelo contrário! Muitas vezes é isso que faz a vida de um casal andar, por exemplo. O que precisamos, me parece, é apenas nos acalmar, respirar fundo, tomar um chazinho e reagir com um pouco mais de discernimento. Sei que é difícil e que muitas vezes os meninos nos deixam loucas com suas reações de tranquilidade absoluta. Mas pensa bem: o estresse gera toxinas que fazem mal e nos deixam prejudicadas até fisicamente. Então não vale a pena perder a nossa beleza, não é mesmo?